25 outubro 2008

parte logo em vantagem


As doutrinas políticas, como o socialismo e o liberalismo, e as doutrinas religiosas, como o catolicismo, têm sido frequentemente vistas como esferas de pensamento inteiramente distintas e até mutuamente exclusivas. Trata-se de uma visão herdada de Kant, na minha opinião o maior trapaceiro da história intelectual do Ocidente, e o pai de todos os modernos trapaceiros.

Mas não são. As doutrinas políticas, tal como as doutrinas religiosas, oferecem um plano de vida à humanidade, apontando um objectivo e indicando um caminho. Os objectivos são, no caso do socialismo a maximização da igualdade material entre as pessoas; no caso do liberalismo, a maximização do bem-estar ou felicidade individual; e no caso do catolicismo, a maximização da vida humana, no triplo sentido de quantidade, duração e qualidade.

Para atingir os seus objectivos, cada uma destas doutrinas apela a um processo dominante, a política no caso do socialismo, a economia no caso do liberalismo, e a moralidade no caso do catolicismo. E cada uma delas utiliza também um instrumento principal para atingir os seus objectivos, o Estado no caso do socialismo, a liberdade individual no caso do liberalismo, e Deus no caso do catolicismo.

Reduzindo todas as doutrinas ao mesmo plano, é possível compará-las na bondade dos seus objectivos, na viabilidade dos caminhos que propõem e na eficácia dos seus instrumentos. Por exemplo, entre as três doutrinas mencionadas acima, qual aquela que propõe o objectivo mais desejável, entre maximização da igualdade, maximização da felicidade individual, e maximização da vida humana?

A resposta, na minha opinião, não oferece dúvida - a maximização da vida humana, sem a qual não existe nem igualdade nem felicidade individual. Ao iniciar a comparação, o catolicismo parte logo em vantagem.

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