A discussão acerca da presente crise financeira tem, por vezes, falado de fraudes, burlas, burlões e vilões. É um pouco a maneira portuguesa de pôr as coisas. Trata-se, porém, de um preconceito cultural e que, em geral, não ajuda nada à discussão. Os portugueses, no entanto, ficam felizes quando apontam o dedo, nem que seja para o ar.
A verdade é que na presente crise financeira, não é conhecido um caso significativo - um único - de fraude, ao contrário do que aconteceu com a crise especulativa de 2000-2001 e aí só de uma forma muito localizada (vg., Enron, Worldcom).
A verdade é que na presente crise financeira, não é conhecido um caso significativo - um único - de fraude, ao contrário do que aconteceu com a crise especulativa de 2000-2001 e aí só de uma forma muito localizada (vg., Enron, Worldcom).
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As instituições financeiras venderam produtos de risco? Sim, mas até elas os compraram. E os produtos de risco podem perder valor, como está a ocorrer. Aquilo que acontece é que os compradores de produtos de risco quando ganham 20% ou 30% ao ano, às vezes 200% ou 300%, acham que é tudo normal - e os produtos de risco que agora entraram em colapso deram por vezes essas rentabilidades ao longo dos últimos anos. Quando perdem, dizem por vezes que não sabiam que o produto tinha risco. E apontam o dedo.
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A culpa, no fim, é das grandes instituições financeiras e das entidades de regulação. Quem tomou empréstimos hipotecários que não podia pagar, ou andou a comprar acções com dinheiro emprestado, é uma mera vítima.
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