Apesar da aprovação do Plano Paulson na passsada sexta-feira nos EUA e de uma série de governos europeus terem vindo a público garantir os depósitos bancários - Irlanda, Grécia, Islândia, Inglaterra, Austria, Dinamarca, Alemanha - as bolsas europeias encontram-se esta manhã neste estado.
Como mencionei em post anterior, a crise financeira passou agora a uma segunda fase. Primeiro, ela testou a confiança nos bancos, e estes cederam. Agora está a testar a confiança nos Estados nacionais. Na minha opinião, estes vão ceder porque, na realidade, os estados nacionais não têm dinheiro, nem meios para o obter nas actuais circumstâncias, que lhes permitam garantir os depósitos. A Islândia é o primeiro caso.
A realidade é que os Estado nacionais são parte do problema. Ao longo de décadas eles próprios se alavancaram, gastando aquilo que não tinham, incorrendo em défices permanentes que se acumularam em dívidas públicas às vezes monstruosas. Em lugar de poderem garantir os depósitos nos seus bancos, são os Estados nacionais que vão começar a entrar em situação de default.
Quem permitiu, ou encorajou, que os Estados nacionais chegassem a este ponto? O regime democrático. O resultado final desta crise não é apenas a falência do sistema financeiro. É também a falência da democracia. Tal como a concorrência entre bancos leva cada um a emprestar cada vez mais aquilo que não tem, a concorrência entre partidos políticos leva cada um a dar cada vez mais daquilo que igualmente não tem. Por isso, tal como os banqueiros desta geração estão a ser despedidos um a um, também os políticos deste regime irão ter o mesmo destino dentro em breve.
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