05 outubro 2008

nem vale a pena


Os chefes de governo dos quatro maiores países da UE reuniram-se ontem em Paris para discutirem a ideia, proposta pela França, de um plano concertado para lidar com a crise financeira. Não saiu nada da reunião a este respeito - apenas um programa de apoio às pequenas empresas em dificuldades. Eles foram a Paris para concertarem um plano de emergências às instituições financeiras da ordem de grandeza do plano americano (£400 biliões) e sairam de lá com um plano de apoio às pequenas e médias empresas comerciais e industriais no valor de £12 biliões.
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A Alemanha recusa participar num plano de emergência conjunto aos bancos da UE, em parte porque seria ela a pagar a factura. E a Alemanha já tem problemas que chegue em casa. Este fim de semana um grande banco de crédito hipotecário, e o sexto maior banco do país, admitiu a sua situação de falência e não há ninguém disposto a comprá-lo.

Entretanto, na cimeira de Paris, os chefes de governo declararam-se preocupados pela acção unilateral dos governos da Irelanda e da Grécia que, na última semana, perante pânicos bancários iminentes, assumiram a garantia dos depósitos bancários nos seus respectivos países. Esta acção, tomada em situação de emergência e sem avaliar as consequências, levou pessoas e instituições noutros países a deslocarem os seus depósitos para a Irelanda e a Grécia, onde eles se encontram garantidos pelo Estado. Aconteceu em Inglaterra com uma transferência maciça de depósitos para a Irelanda, o que por, seu turno obrigou o governo inglês a garantir os depósitos em bancos ingleses até um certo montante.
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A questão importante é a de saber se os governos da Irelanda e da Grécia têm capacidade efectiva para garantir os depósitos bancários. A resposta é claramente não. São Estados altamente endividados, especialmente o grego. Tomara o Estado grego que lhe emprestem dinheiro a ele, quanto mais ter capacidade para garantir os depósitos bancários.
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Tal significa que a crise financeira está a atingir o último reduto. Testou primeiro a confiança do sistema bancário, e este cedeu. Está agora a testar a confiança dos Estado nacionais e é muito provavel que estes cedam também. Warren Buffett, referindo-se aos acontecimentos recentes na área financeira na América, chamou-lhes um Pearl Harbour da economia. É preciso ter presente que, para os americanos, Pearl Harbour significou apenas o começo da guerra.
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Como o artigo do Telegraph citado acima menciona, os líderes europeus estão agora preocupados que aquilo que aconteceu a semana passada na Irelanda e na Grécia se estenda esta semana a outros pequenos países da UE. Nem vale a pena nomear um deles.

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