A propósito deste tema, que está a gerar tanta discussão entre os peritos, aqui vai um trecho do último artigo do influente colunista John Berry publicado na Bloomberg ("Reverse Leverage of Mark-to-Market Wrecks Banks").
"Back in 1982, when the world was a simpler place, the six largest U.S. banks -- Citicorp, Bank of America, Chase Manhattan Bank, Morgan Guaranty Trust Co., Manufacturers Hanover Trust Co. and Chemical Bank -- were in deep trouble. Collectively they had loaned more than $1 trillion to Latin American countries, which couldn't service their debts. Had the banks been forced to recognize on their balance sheets how badly their loans were impaired, they would all probably have been declared bankrupt."
Caso para exclamar: mas que grande lata! Ou seja, ou temos a regra do "Mark to Market" com todos os seus benefícios a favor da transparência e da solidez do sector bancário no longo prazo; ou não temos o "Mark to Market", continuando nesta espiral de criação monetária, sob o risco de gerar uma corrida ao dinheiro sempre que a confiança desaparece.
Infelizmente, parece-me que o John Berry está a baralhar toda a situação. Tenta contornar uma situação inaceitável - que os bancos concedam crédito e invistam ao desbarato - com um truque contabilístico. Imaginem só se as empresas pudessem fazer aldrabices deste género! Aliás, recordo novamente que a regra do "Mark to Market" foi implementada após o colapso da Enron para evitar que situações semelhantes - fraudes contabilísticas - voltassem a acontecer.
Portanto, para que não restem dúvidas: eu sou a favor da transparência, por isso, defendo o "Mark to Market". Quanto à necessidade de solidez na banca, meu caro John Berry, concordo consigo, mas não através de artimanhas. Essa solidez consegue-se através daquilo que tem faltado na banca há muitos anos: rácios de capital mais elevados. Sobretudo agora, que os meus e os seus impostos também têm uma palavra a dizer.
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