Um dos temas mais focados na gestão desta crise financeira tem sido a regra do "Mark to Market". Em traços gerais, este princípio diz respeito à obrigatoriedade de todos os instrumentos financeiros presentes no balanço dos bancos terem de ser cotados ao valor de mercado e não ao valor contabilístico.
A crítica que agora se faz ao "Mark to Market" é a de que agravou artificialmente a situação contabilística dos bancos que tinham em carteira activos e instrumentos difíceis de transaccionar ("pouco líquidos"), por isso, difíceis de avaliar, em especial em momentos de stress financeiro como aqueles que vivemos hoje.
Caros leitores: nada mais falso! Na minha opinião, o "Mark to Market" é um excelente princípio. Trata-se de um princípio que foi instituído após o colapso da Enron, cuja origem residiu precisamente na má contabilização, indevida e fraudulenta, de certos veículos de investimento.
Portanto, o problema não é a aplicação da regra. É o lixo (CDS', CDO's, CCO's, CLO's, ECO's e o diabo a quatro) sobre o qual esta se tem de aplicar!
Ps: Gostava de vos recomendar a leitura deste post do meu amigo Filipe Garcia. Concordo com tudo o que ele ali escreve - com excepção, claro, do "Mark to Market".
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