27 setembro 2008

vem aí a crise

No meu consultório tenho esta bola de cristal que aqui vêem. Nunca a utilizei com fins divinatórios, apenas pedagógicos. Por vezes os doentes colocam perguntas para as quais os médicos não têm respostas e insistem de tal modo que se criam situações complicadas. É então que saco da bola de cristal e confesso que só poderei responder depois a perscrutar. Acaba tudo à galhofa e a mensagem passa.
Relativamente à actual crise financeira é evidente que há mais perguntas do que respostas. Os portugueses parecem mais interessados com a América do que com o próprio quintal, mas os dados estão lançados.
Fui à bola (de cristal) e tentei adivinhar o futuro financeiro do País. Eu sei que é um atrevimento, mas é o mesmo que andam a fazer Bernanke, Paulson ou Bush, nos EUA.
A crise financeira vai chegar a Portugal até ao final do ano. O governo não está em condições de deitar a mão seja ao que for, a não ser à carteira dos incautos, e portanto não terá capacidade de intervir. Dois bancos entrarão em ruptura financeira mas serão adquiridos por estrangeiros, um por angolanos e o outro por polacos. As taxas de juro ultrapassarão os 10%, para a compra de habitação, no primeiro semestre de 2009 e as PME’s terão grandes dificuldades em financiar-se.
O Presidente da República e o governo incriminarão a corrupção e a cobiça de Wall Street na crise que aí vem. Guterres, por seu turno, negará qualquer envolvimento no subprime: “sub quê”?
É possível, e Deus queira, que nada disto aconteça, mas pelo menos tenho uma boa desculpa: Foi a primeira vez que fui à bola.

Sem comentários: