Barack Obama foi o claro vencedor do debate desta noite, o primeiro entre os dois candidatos à próxima presidência dos EUA. Para além de uma invejável presença física que contrasta com a debilidade de McCain, aspecto muito relevante na televisão, Obama manteve um discurso positivo, apontando medidas concretas que propõe para a sua Administração, ao invés de McCain, que quase sempre optou por dizer o que o seu governo não deverá fazer. Em períodos de crise e de apreensão generalizada, como os que se vivem actualmente nos Estados Unidos, as pessoas preferem sempre que os políticos pensem por elas, a terem de ser elas a pensar. Obama propôs medidas sociais para reforçar o Estado Social: na saúde, na educação, na segurança social, na economia, dizendo que essas medidas retirarão os EUA da crise. McCain optou por explicar que as causas dos problemas actuais dos cidadãos americanos residem no governo, no despesismo descontrolado, no excesso de protagonismo político e de intervenção, e que a sua Administração combaterá esse estado das coisas, de modo a proporcionar aos americanos a oportunidade e os instrumentos para que sejam eles mesmos a refazerem as suas vidas. McCain tem razão e Obama está errado. Os paliativos que passam pelo aumento da despesa pública só agravarão, a prazo, o estado das coisas. O eleitorado americano não tem esta perspectiva, como quase sempre o indicou o barómetro que acompanhou todo o debate. Em momentos de crise, as pessoas pedem protecção e não responsabilidade individual. Uma lição importante que se nos aplica na perfeição.
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