20 setembro 2008

não é defensável



O liberalismo radical não é defensável na nossa cultura cristã, excepto como mero exercício intelectual. Talvez o seja na cultura judaica - na realidade, eu penso que é, mas não gostaria de explicar os motivos agora - e daí eu ter frequentemente chamado a atenção para o facto de alguns dos mais populares defensores do liberalismo moderno - como Mises, Rothbard, Friedman, Rand - serem judeus.

Para ilustrar o meu ponto, imaginemos um homem o mais imerecedor possível de qualquer ajuda por parte dos outros. Ele nasceu numa família rica, teve tudo o que desejava, nunca trabalhou, até que espatifou por completo a fortuna que herdou. Agora vive na miséria. Um dia adoeceu. Os hospitais são todos privados no país e o tratamento para a sua doença é muito caro.

A minha pergunta é a seguinte: deixamo-lo morrer ou damos-lhe a mão, se necessário fôr, por falta de alternativas, instituindo hospitais públicos, pagos por todos, e onde homens como este possam ser tratados gratuitamente, poupando-os à morte prematura?

Eu não tenho dúvida sobre a resposta. À luz da nossa cultura cristã, nós somos todos irmãos, filhos do mesmo Pai. E o Pai não nos perdoaria, e a nossa consciência - que é um produto da nossa cultura - também não, se não lhe deitarmos a mão.

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