Chicxulub ( tʃikʃu'lub ) é um termo Maya que significa “o rabo do diabo” e é também uma cidade mexicana da península do Yucatan, com cerca de 5.000 habitantes. A importância desta pequena cidade advém de estar no centro geográfico da grande Cratera de Chicxulub, o ponto de impacto de um asteróide que atingiu a terra há cerca de 65,5 milhões de anos e que, segundo Walter Alvarez, terá estado na origem da extinção dos dinossauros.
Este evento iniciou-se a muitos milhares de quilómetros de distância, na cintura de asteróides, algures entre Marte e Júpiter, e resultou da fractura do asteróide Baptistina de que um fragmento viria a atingir o nosso planeta. A importância deste evento, em relação a todos os outros asteróides que já atingiram a terra, é que afectou de tal modo a flora e a fauna terrestres que a partir daí nada ficou como dantes.
Com as devidas diferenças, parece-me que estamos a atravessar um evento de grande impacto global, com a actual crise financeira. Muitos acontecimentos que se foram aglomerando, ao longo dos últimos 20 anos, e que, no dia 15 de Setembro de 2008, atingiram Wall Street com a força de um asteróide gigante. Escolhi o dia 15 de Setembro, como marco, porque foi nesse dia que o banco Lehman Brothers declarou falência. Um banco com cerca de 150 anos de história e US $639 biliões de dólares em activos (o pacote Bush/Paulson é de US $700 biliões).
Nada continuará como dantes, após este Chicxulub financeiro (vou-lhe chamar Chicxulub XXI). Todo o processo de globalização irá ser afectado. As economias nacionais, as instituições da sociedade civil e até as funções tradicionais do Estado, serão forçadas a “evoluir”. Estamos no limiar de um novo paradigma.
O grande desafio que se coloca agora aos visionários é o de descobrirem as rotas do futuro. Tal como os dinossauros foram extintos há 65,5 milhões de anos, muitas empresas deixarão de ter viabilidade. Por exemplo, acabaram os bancos de investimento (uma espécie de dinossauros), tal como os conhecíamos. Mas surgirão novos negócios e oportunidades.
Esta é a altura certa para nos dedicarmos a vislumbrar o novo mundo que aí vem. Por enquanto o futuro parece incerto e repleto de perigos, como outrora o Mar Oceano para os descobridores, mas nunca nos faltou “tesón” para a aventura. Como é que Portugal se pode posicionar para prosperar neste novo paradigma? Como é que cada um de nós pode contribuir? É a altura de adoptarmos o Espírito dos Descobridores e de partirmos à conquista.
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