14 agosto 2008

pobres?

Onde estão os pobres? Perguntou-me, retoricamente, a Isabel durante a nossa recente visita a Nova Iorque. N’América não há pobres, respondi-lhe.
Como? Nos EUA não há pobres? O Sr. deve estar louco, posso ouvir comentar... Mas a verdade, se é que esta interessa, é que não há pobres nos EUA. Passo a explicar porquê:
Os EUA foram um dos primeiros países do mundo, se não mesmo o primeiro, a instituir o “rendimento mínimo garantido”, lá pelos anos 30, e ao longo do tempo foram incrementando esta benesse com um conjunto alargado de medidas sociais que englobam o direito à habitação, à saúde, à educação, etc.
Qualquer destituto, portanto, dispõe de abrigo, dinheiro para o bolso e acesso a um conjunto de serviços que custam milhares de dólares a adquirir. Está estimado que, em média, o Estado gasta com cada cidadão dependente cerca de US $18.000,00 /ano. Ora com este rendimento podemos afirmar, com certeza, que na América não há pobres.
Claro que existe um outro fenómeno, que pode ser confundido com a pobreza, que são os “homeless”. Trata-se de um fenómeno que surgiu depois dos anos 80, com o encerramento da maior parte dos hospitais psiquiátricos. Muitos alcoólicos e toxicodependentes também engrossam o número dos “homeless”, mas estas pessoas escolheram, por assim dizer, este estilo de vida, e recusam-se a ser integrados socialmente. Não são pobres, no sentido estrito do termo.
Concluo com a minha afirmação inicial, n’América não há pobres.

Sem comentários: