Depois de termos descoberto e conquistado meio mundo e lançado as bases de um processo de globalização que só agora, 500 anos depois de iniciado, está a demonstrar todo o seu potencial, o que é que sobra para conquistarmos? Qual é o papel do nosso Espírito dos Conquistadores?
Talvez não hajam terras novas, mas há um “mar oceano” no mundo das ideias que está à espera de ser sulcado pelos que tiverem o “engenho e a arte” de o navegarem.
No campo da metafísica, por exemplo, porquê o mundo, porque não nada? Quem somos, o que fazemos, para onde vamos? No campo da ética, qual é o valor da vida humana, o que é o bem e o mal. No campo da política, qual será a melhor forma de nos governarmos? Os cínicos dirão que estas perguntas não são novas, mas colocá-las e tentar responder-lhes é da natureza humana. Os intelectuais portugueses devem empenhar-se a dar contributos filosóficos originais ao pensamento contemporâneo.
Portugal está a empobrecer e o nosso bem-estar está ameaçado. Se quisermos sobreviver enquanto povo e cultura temos de criar valor em tudo o que fazemos. Não podemos continuar a competir no trabalho indiferenciado. O Espírito que nos animou nas descobertas é necessário para reinventar o que fazemos e o modo como o fazemos. Neste sentido, os líderes têm de aprender a tirar partido da enorme criatividade dos portugueses.
Descobrimos o mundo sob os auspícios de um Espírito forte, o Espírito dos Conquistadores. Agora temos de descobrir um novo Espírito para continuarmos a dar novos mundos ao mundo. Esta é uma tarefa para as elites.
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