Francesco Alberoni, num artigo de opinião publicado ontem no DE, alerta para o problema de vivermos constantemente na incerteza. Os italianos, outro povo Católico, necessitam de uma orientação e de autoridade (como PA aqui tem referido relativamente aos portugueses). Sem autoridade, os povos das culturas Católicas do sul da Europa ficam perdidos.
"A incerteza é particularmente grande em Itália, onde é acentuada por um escasso desenvolvimento económico a que se soma uma enorme conflitualidade que abrange política, religião e moral. Não há tema que não divida os italianos: se a educação deve ser rígida ou permissiva, se o aborto está certo ou errado, se as drogas devem ser legalizadas ou não, se a teoria da evolução é verdadeira ou não, se os evangelhos têm ou não uma base histórica, se devemos avançar para o TGV... Isto gera uma incerteza que, em alguns, se transforma em indiferença, noutros em medo, e noutros ainda em ira e revolta. Mas a incerteza alimenta sempre, de forma subliminar, a necessidade de certezas, de regras, de ideias e de valores partilhados. Por essa razão, vivemos numa época propícia a movimentos colectivos que, no início, levam a extremos ou a conflitos, depois fazem surgir novos partidos, novos líderes e proporcionam , por vezes a um preço elevado, o consenso e a autoridade."
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