Se a UE quisesse inspirar-se num modelo de governação que tivesse provas dadas de inoperacionalidade era só copiar a ONU. A ideia que temos desta organização é a de um elefante branco que passa o dia a ruminar assuntos importantíssimos, mas que é totalmente incapaz de tomar qualquer decisão e que quando, por excepção à regra, decide, ninguém lhe liga patavina.
Tudo isto é fruto das negociações, dos equilíbrios e das indefinições que estão inscritos a própria estrutura da ONU. Todos conhecemos os seu órgãos de governo:
A Assembleia Geral, com um Presidente meramente simbólico, o Conselho de Segurança, onde mandam os mais fortes, um Secretariado Geral, que é o órgão executivo da ONU e um Tribunal Internacional de Justiça.
Ora este tipo de organização parece ter influenciado significativamente a estrutura da UE. Com o Parlamento Europeu, o Conselho da Europa, a Comissão Europeia e o Tribunal Europeu de Justiça. Também nesta estrutura mandam os mais fortes e os processos de decisão são oblíquos.
Podemos portanto concluir que os eurocratas não pretendiam resolver o que quer que fosse e que garantiram, à partida, uma inoperacionalidade à prova de bala. Desse modo teriam a oportunidade de desenvolver uma enorme burocracia que lhes assegurasse empregos e mordomias vitalícias.
Este espírito, aliás, está bem patente no Tratado de Lisboa, que já continha em si os entraves necessários para assegurar um chumbo e garantir, por essa via, mais cinco ou dez anos de trabalhos forçados aos eurocratas. É um trabalho difícil, mas alguém tem de o fazer!
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