24 maio 2008

ptp

Em tempos escrevi um conjunto de posts menos agradáveis para com Paulo Teixeira Pinto, em virtude do que me pareceu ser, da sua parte, um comportamento menos correcto no BCP, não só como presidente, mas sobretudo para com o homem que o guindara à presidência do banco, o Eng.º Jardim Gonçalves. Todo este tempo passado sobre a sua saída do banco, confesso que não formulei uma conclusão definitiva sobre o que ali se passou e sobre a responsabilidade que PTP teve, de facto, em todo o processo. Em parte porque verdadeiramente desconheço os meandros dos acontecimentos, em parte porque tudo o que a seguir se passou não foi abonatório para nenhum dos protagonistas do banco. Nem para Teixeira Pinto, nem para Jardim Gonçalves.

Posto isto, há que dizer, com justiça, que a entrevista que PTP concedeu ao Expresso de hoje é uma boa revelação a seu respeito. Ao contrário das suas recentes participações televisivas, que sempre me pareceram medíocres e muito abaixo das expectativas e dos entusiasmos que geraram (o meio não o favorece), a entrevista do Expresso revela um homem inteligente, pausado, amadurecido, com algumas ideias interessantes e, sobretudo, um homem honestamente em paz consigo mesmo, o que não será fácil para quem teve um trajecto como o seu. Ao fim das últimas décadas em que sucessivamente PTP vestiu a máscara de jurista, político, governante e banqueiro, parece ter finalmente encontrado o seu caminho como artista e homem de letras. Esperemos que assim seja e que ele venha a deixar marca na cultura portuguesa, como pretende, com o seu projecto da Guimarães Editores.

Sem comentários: