27 maio 2008

Caloteiro no Oásis


O "Prós e Contras" de ontem à noite foi interessante. Medina Carreira sempre catastrófico. Nogueira Leite azedo mas sóbrio. Teodora Cardoso excessivamente argumentativa. Basílio Horta documentado e menos diletante do que é costume. E depois, aquele outro senhor como entertainer de serviço. Do debate retive duas ideias.

Primeiro, a realidade portuguesa é mesmo má - tudo o resto é uma treta - mas, curiosamente, só há cerca de 3 ou 4 semanas para cá é que se começou outra vez a falar no assunto. Série "O oásis" - parte 2!

Segundo, que se generalizou na opinião pública a ideia de que um Estado devedor e mau pagador é uma coisa perfeitamente normal. Não entendo que país é este, que não se revolta, a sério, contra o Estado caloteiro e que põe em risco a sobrevivência de muitas (boas) empresas. Sobretudo, quando à falta de melhor (leia-se: redução da Despesa de funcionamento do Estado), a solução apontada por Nogueira Leite - emitir dívida pública - é razoável e implementável.

Num país afirmativo, para não dizer um país decente, não existiria base moral para o Fisco executar quem quer que fosse enquanto as dívidas do próprio Estado não estivessem regularizadas. Mas estamos em Portugal, onde os políticos fazem o que lhes apetece. Incluindo cobrar impostos sobre impostos, como é o caso do IVA sobre o Imposto sobre Produtos Petrolíferos - já de si elevadíssimo. Indevido e inconstitucional. "Oásis"? Pois claro que sim.

Ps: um abraço aos meus colegas e caros leitores do Portugal Contemporâneo. Nas últimas semanas não tenho sido de grande auxílio, mas em breve regressarei com outro dinamismo.

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