
Por essa razão, Salazar aguentou-se quarenta anos no poder e, todos estes anos volvidos de maledicência e contestação, conseguiu fazer-se eleger como o mais notável dos portugueses. De certo modo, também Cavaco, o chefe que a direita mais estimou em democracia (e depois de Salazar), não andava longe deste paradigma, salvaguardando obviamente o facto de ser um homem de formação democrática. E é também por partilhar de algumas destas características, que José Sócrates não deixa de agradar a alguma direita, tendo ocupado parte do «espaço do PSD», como agora se usa dizer.
A mais do que inevitável ascensão de Manuela Ferreira Leite à liderança do PSD vai no mesmo sentido. Ao fim de alguns anos de deriva «populista», o PSD, isto é, a direita do regime, regressa às suas tradições.
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