A manchete do Expresso de hoje afirma que «Rui Rio é o preferido de Cavaco». Notem bem: um político em provável despique da presidência de um partido político merece as boas graças de Aníbal Cavaco Silva, antigo presidente desse mesmo partido e, agora, Presidente da República. Por outras palavras, o senhor Presidente da República toma posição numa questão interna de um partido, embora, como bem realçou às câmaras da televisão, não assuma qualquer posição pública sobre o assunto. Todavia, humano que é, não consegue evitar «conversas privadas» sobre o tema. Seria até «hipócrita» se não o dissesse, se não o reconhecesse! Entretanto, essas «conversas privadas» do Presidente da República, conceito em si mesmo difícil de apreender, alimentam rumores, comentários e manchetes de jornais.
Já em tempos, os sucessores de Mário Soares à frente do Partido Socialista se queixavam que o então Presidente da República também mantinha «conversas privadas» sobre o partido e sobre eles próprios. Constâncio e Sampaio ter-se-ão sentido vítimas dessa «privacidade», e Guterres, por quem Soares também não morria de amores, conseguiu escapar-lhe porque já só o apanhou seis meses em Belém.
São estas coisas que não acontecem em Monarquia, onde o Chefe de Estado não pode ser, nem tão pouco ter sido ou alguma vez vir a ser, um agente político interveniente. E essa é mesmo a única forma de poder ser um elemento neutro do sistema político, legitimado, por isso mesmo, para desempenhar uma função de moderação, de equilíbrio e moralização das instituições e dos seus protagonistas, que tão útil nos seria, como tem sido noutros países, desde logo, na nossa vizinha Espanha.
Já em tempos, os sucessores de Mário Soares à frente do Partido Socialista se queixavam que o então Presidente da República também mantinha «conversas privadas» sobre o partido e sobre eles próprios. Constâncio e Sampaio ter-se-ão sentido vítimas dessa «privacidade», e Guterres, por quem Soares também não morria de amores, conseguiu escapar-lhe porque já só o apanhou seis meses em Belém.
São estas coisas que não acontecem em Monarquia, onde o Chefe de Estado não pode ser, nem tão pouco ter sido ou alguma vez vir a ser, um agente político interveniente. E essa é mesmo a única forma de poder ser um elemento neutro do sistema político, legitimado, por isso mesmo, para desempenhar uma função de moderação, de equilíbrio e moralização das instituições e dos seus protagonistas, que tão útil nos seria, como tem sido noutros países, desde logo, na nossa vizinha Espanha.
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