
Já em tempos, os sucessores de Mário Soares à frente do Partido Socialista se queixavam que o então Presidente da República também mantinha «conversas privadas» sobre o partido e sobre eles próprios. Constâncio e Sampaio ter-se-ão sentido vítimas dessa «privacidade», e Guterres, por quem Soares também não morria de amores, conseguiu escapar-lhe porque já só o apanhou seis meses em Belém.
São estas coisas que não acontecem em Monarquia, onde o Chefe de Estado não pode ser, nem tão pouco ter sido ou alguma vez vir a ser, um agente político interveniente. E essa é mesmo a única forma de poder ser um elemento neutro do sistema político, legitimado, por isso mesmo, para desempenhar uma função de moderação, de equilíbrio e moralização das instituições e dos seus protagonistas, que tão útil nos seria, como tem sido noutros países, desde logo, na nossa vizinha Espanha.
Sem comentários:
Enviar um comentário