António Pires de Lima anunciou ao Expresso o fim da Ala Liberal que tentou fundar no CDS-PP. Eram necessárias 350 assinaturas de militantes e parece que conseguiu apenas ultrapassar ligeiramente a metade desse número. «O partido sente isso mais como uma ameaça à sua própria unidade do que como uma oportunidade de crescimento», disse. É verdade, embora não seja a verdade toda. E a verdade toda é que, no CDS, tudo quanto tente mexer é mal visto. Não exactamente como uma «ameaça à unidade do partido», mas como uma ameaça aos donos do partido. Àqueles que, pelo menos desde 1998, quando voltou a cheirar a algum poder pelas bandas do Caldas, se assenhoriaram das estruturas locais, que transformaram em propriedade sua, e donde não saem nem deixam entrar ninguém. Com a conivência, é bom dizê-lo, da Direcção nacional. Por esse país fora, as sedes estão vazias, quando não fechadas, e os «militantes» só aparecem quando é para votar nas eleições internas, habitualmente arregimentados na secção de bombeiros voluntários mais próxima. O problema do CDS não é ter militantes cépticos e desconfiados. É, pura e simplesmente, não ter militantes.
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