O que são eleições primárias? Acompanhamos tão de perto as eleições primárias nos EUA, em particular o confronto entre Hillary e Obama, que vale a pena conhecer um pouco as regras do jogo.
As eleições primárias são um processo que se destina a seleccionar, de entre um número alargado de candidatos, o candidato partidário que está melhor posicionado para o combate final entre os principais candidatos, nas eleições gerais.
Destaco algumas características das primárias que poderão não ser do conhecimento geral. As primárias são oficiais, conduzidas sob a responsabilidade das autoridades que a nível Estadual se responsabilizam pelas eleições. As suas regras variam de Estado para Estado, assim como, claro está, as datas da sua realização.
Essencialmente há três tipos de eleições primárias, para as presidenciais norte-americanas. Primárias fechadas, semi-fechadas e abertas. Nas fechadas apenas podem votar os militantes de cada partido, nas semi-fechadas podem também votar os independentes e nas abertas podem votar quaisquer pessoas, mas só por uma vez e num só partido. Confuso? É a natureza do processo.
Um processo que contrasta bastante com a selecção dos líderes partidários em Portugal. No nosso País, a selecção dos líderes partidários é muito mais endogâmica, dizendo exclusivamente respeito ao núcleo restrito dos militantes partidários e seguindo portanto uma lógica interna que tem pouco a ver com a realidade política geral.
Nas directas que o PSD está a preparar, apontam-se líderes sem qualquer possibilidade de ganhar umas eleições gerais, apenas para pacificar o partido. Mas é legítimo perguntar, se o PSD é um partido com vocação de poder, como é que pode ser pacificado por um líder menor ou sem ambição ganhadora?
Uma eleições primárias, conduzidas sob a responsabilidade do Estado e abertas a todos os eleitores, seriam uma grande lufada de ar fresco no nosso sistema eleitoral. Os líderes poderiam impor-se aos apparatchiks e todos ficaríamos a ganhar.
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