O Carlos e o André interrogam-se se «os católicos podem ser liberais?» Como eu, não duvido por um segundo que eles acreditem que sim. Porque ser católico, ateu, muçulmano ou hindu é matéria de espírito, absolutamente individual, portanto, onde não podem ter lugar quaisquer condicionalismos filosóficos ou políticos, matérias, de resto, de muito menor relevo.
Depois perguntam (e creio que só pode ser esse também o sentido da pergunta anterior) se a intervenção da Igreja no mundo profano, particularmente na estrutura do Estado a fim de obter vantagens para os seus, não transforma os católicos em perigosos estatistas. Também aqui estou convencido que a resposta só pode ser negativa. Por dois motivos. O primeiro porque a acção profana da Igreja em nada interfere com a consciência dos seus seguidores. O segundo porque a Igreja não pode, como qualquer outra instituição social relevante, viver à margem do Estado se quiser defender aquilo em que acredita e, porque não, defender-se do próprio Estado. O mundo em que vivemos permite que o Estado ponha e disponha da liberdade de espírito, dos valores individuais e sociais, da moral, dos costumes e das tradições. Já para não falar que ele põe e dispõe das próprias instituições que ministram os cultos religiosos. Se a Igreja opera neste mundo, que é o seu domínio natural, a par do Estado e em torno do Estado, não é por culpa sua, mas deste que invadiu o que não era seu. A posição liberal nesta matéria será, perdoem-me a veleidade, exigir ao Estado, e não à Igreja, que se retire do que ilegitimamente ocupou.
Depois perguntam (e creio que só pode ser esse também o sentido da pergunta anterior) se a intervenção da Igreja no mundo profano, particularmente na estrutura do Estado a fim de obter vantagens para os seus, não transforma os católicos em perigosos estatistas. Também aqui estou convencido que a resposta só pode ser negativa. Por dois motivos. O primeiro porque a acção profana da Igreja em nada interfere com a consciência dos seus seguidores. O segundo porque a Igreja não pode, como qualquer outra instituição social relevante, viver à margem do Estado se quiser defender aquilo em que acredita e, porque não, defender-se do próprio Estado. O mundo em que vivemos permite que o Estado ponha e disponha da liberdade de espírito, dos valores individuais e sociais, da moral, dos costumes e das tradições. Já para não falar que ele põe e dispõe das próprias instituições que ministram os cultos religiosos. Se a Igreja opera neste mundo, que é o seu domínio natural, a par do Estado e em torno do Estado, não é por culpa sua, mas deste que invadiu o que não era seu. A posição liberal nesta matéria será, perdoem-me a veleidade, exigir ao Estado, e não à Igreja, que se retire do que ilegitimamente ocupou.
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