"Em 1589 fora à Mesa da Consciência e Ordem, por consulta del-rei, o problema dos cristãos-novos estarem fazendo também monopólio dos ofícios de médico e boticário; bem assim do reino se estar enchendo de bacharéis. Um e outro excesso resultado, ao que parece, do facto dos cristãos-novos virem procurando ascender na escala social servindo-se das suas tradições sefardínicas de intelectualismo. Da sua superioridade, em traquejo intelectual, sobre os rudes filhos da terra. Pode atribuir-se à influência israelita muito do mercantilismo no carácter e nas tendências do português; mas também é justo que lhe atribuamos o excesso oposto: o bacharelismo. O legalismo. O misticismo jurídico."
(G. Freyre, Casa Grande e Senzala, op. cit., pp. 226-7)
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