«Durante o Verão (1979), a situação económica piorou. Quando, em Agosto, regressei da minha primeira cimeira da Commonwealth, em Lusaca, Geoffrey Howe apresentou-me um estudo geral da economia que descreveu, com acerto, como «não muito animador». Era provável que o desemprego aumentasse à medida que se ia cavando a recessão internacional. A inflação estava a acelerar. A nossa competitividade piorara uma vez que a libra em alta e os elevados custos salariais colocavam a indústria sob uma pressão cada vez maior. Começámos a ficar cada vez mais preocupados com as implicações que os aumentos salariais iriam ter no desemprego e nas falências. Pedi que fossem recolhidos e comunicados exemplos de decisões salariais excessivas, que faziam aumentar as mercadorias para valores superiores aos do mercado e destruíam os empregos.
Em Setembro, voltámos uma vez mais às despesas públicas. Não só tínhamos de publicar as conclusões que havíamos acordado em Julho, mas também os nossos planos para os anos até 1983-84 e isso significava mais economias. Decidimos dar um novo impulso à redução do desperdício e do número de funcionários públicos. Decidimos também aumentos pronunciados dos preços da electricidade e do gás (que haviam sido contidos artificialmente pelos Trabalhistas) que deveriam entrar em vigor em Outubro de 1980. A electricidade aumentaria 5% e o gás 10%, para além da inflação. (...)
(...) Quando Geoffrey Howe apresentou o seu segundo orçamento, a 26 de Março de 1980, pôde anunciar que tínhamos descoberto mais de 900 milhões de poupanças suplementares em 1980-81 (embora parte desse valor tivesse sido absorvido pela reserva de emergência). Em termos globais, a preços correntes, eram mais de 5 biliões de libras a deduzir às despesas que os Trabalhistas planeavam efectuar. Atendendo às circunstâncias era uma façanha formidável, embora frágil. À medida que a economia fosse mergulhando na recessão, haveria novas exigências, algumas delas difíceis de contrariar, de maiores despesas públicas em programas como a segurança social e as empresas públicas produtoras de défices. Num memorando que me escreveu em Junho de 1979, John Hoskyns utilizara uma frase memorável acerca dos governos «que tentam erguer a (sua) tenda no meio de um desabamento de terras». À medida que entrávamos no combate das despesas públicas de 1980-81 e as previsões se iam tornando piores, podia sentir a lona a esticar e o solo a tremer».
Margaret Thatcher, Os Anos de Downing Street - Memórias.
Em Setembro, voltámos uma vez mais às despesas públicas. Não só tínhamos de publicar as conclusões que havíamos acordado em Julho, mas também os nossos planos para os anos até 1983-84 e isso significava mais economias. Decidimos dar um novo impulso à redução do desperdício e do número de funcionários públicos. Decidimos também aumentos pronunciados dos preços da electricidade e do gás (que haviam sido contidos artificialmente pelos Trabalhistas) que deveriam entrar em vigor em Outubro de 1980. A electricidade aumentaria 5% e o gás 10%, para além da inflação. (...)
(...) Quando Geoffrey Howe apresentou o seu segundo orçamento, a 26 de Março de 1980, pôde anunciar que tínhamos descoberto mais de 900 milhões de poupanças suplementares em 1980-81 (embora parte desse valor tivesse sido absorvido pela reserva de emergência). Em termos globais, a preços correntes, eram mais de 5 biliões de libras a deduzir às despesas que os Trabalhistas planeavam efectuar. Atendendo às circunstâncias era uma façanha formidável, embora frágil. À medida que a economia fosse mergulhando na recessão, haveria novas exigências, algumas delas difíceis de contrariar, de maiores despesas públicas em programas como a segurança social e as empresas públicas produtoras de défices. Num memorando que me escreveu em Junho de 1979, John Hoskyns utilizara uma frase memorável acerca dos governos «que tentam erguer a (sua) tenda no meio de um desabamento de terras». À medida que entrávamos no combate das despesas públicas de 1980-81 e as previsões se iam tornando piores, podia sentir a lona a esticar e o solo a tremer».
Margaret Thatcher, Os Anos de Downing Street - Memórias.
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