Este gráfico, do Banco de Portugal e este outro, demonstram a origem das dificuldades económicas com que se debatem os portugueses. O custo dos bens essenciais têm subido muito acima da inflação enquanto o produto per capita está pouco mais do que estagnado.
Deste modo há um empobrecimento significativo da população que não julgo ter precedentes no passado recente. Contentarmo-nos com os dados da inflação é ignorar a composição do consumo médio das famílias. Só os bens alimentares representam cerca de 18% da despesa dos portugueses, enquanto nos EUA este valor é de apenas 9%.
Que fazer? Não é possível baixar o preço das matérias-primas por decreto, nem aumentar a produtividade de um dia para o outro. Contudo é possível reduzir o esforço fiscal, através da redução do IVA e do IRS e ainda diminuir os impostos sobre os produtos petrolíferos.
O Governo pode também estimular a concorrência e vigiar a formação ilícita de cartéis que imponham preços distorcidos ao mercado.
Na ausência destas medidas será difícil prever o nosso futuro a médio prazo e presumo que Sócrates irá ter muito mais dificuldade em prever o seu.
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