A autoridade é o poder detido por inerência do desempenho de determinadas funções numa organização. A propósito da discussão em torno da autoridade dos professores, é útil lembrar algumas definições e perceber quais são as fontes de poder dos professores e até como podemos definir o poder.
A definição mais simples do poder é a capacidade de forçar os outros a fazer o que de outro modo não estariam dispostos a fazer. Nos manuais clássicos de psicologia das organizações, o poder é classificado em: legítimo, compensatório, coercivo, pessoal (referent) e especializado (expert).
O poder detido pelos professores cai no capítulo do poder legítimo, a que chamamos autoridade. Contudo o poder legítimo não chega para garantir a obediência, as mais das vezes as pessoas que desempenham cargos com autoridade necessitam de outras formas sinérgicas de poder para serem obedecidas. É necessário poder recompensar ou castigar, é necessário algum carisma e, por fim, são necessários conhecimentos especializados.
O actual sistema de ensino retirou, de facto, autoridade aos professores, por via legislativa. Mas a situação está também deteriorada pela erosão das formas de poder coadjuvante que reforçavam a autoridade. Os professores têm menos carisma ou são educados de forma a não cultivarem o carisma, são menos especializados porque tiverem menor formação académica e têm pouco poder para recompensar ou castigar os alunos.
Por fim, os professores não ensinam no éter. A cultura dominante valoriza pouco o conhecimento académico e o mercado de trabalho recompensa-o mal, a maioria dos pais são analfabetos funcionais e até os meninos não foram domesticados o suficiente para poderem ser ensinados. É a vida!
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