Os portugueses são um dos povos mais místicos do mundo. Este misticismo, aliado à iliteracia e a um baixo índice de racionalidade, torna-nos presas fáceis de qualquer vendedor de banha da cobra, de vestes laicas ou religiosas.
O anti-clericalismo do Sec. XIX, de Joaquim António de Aguiar (1792-1884), o Mata-Frades ou de Afonso Costa (1871–1937), deve ser contextualizado na cultura da época e relacionado com os abusos de poder da Igreja Católica e com o respaldo que esta proporcionava ao poder político vigente. Nesse sentido, esse anti-clericalismo constituía um elemento inevitável da luta política.
Em democracia, porém, e num regime de separação entre a Igreja e o Estado, já não se justifica o confronto com as religiões e o ateísmo militante. A não ser enquanto instrumento da baixa politica dos que pretendem explorar, em proveito próprio, a religiosidade da populaça, apresentando-lhes bezerros de ouro para adorar.
O Estado-providência, por oposição à Divina Providência, é um desses novos bezerros que os jacobinos têm vindo a tentar impingir à crendice popular. No que me diz respeito, prefiro mil vezes o produto original a este sucedâneo encapotado e vicioso.
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