A grande notícia financeira de hoje é a situação de incumprimento em que entrou um fundo de capital de risco da Carlyle. Aparentemente, por cada dólar de capital próprio, este fundo tinha cerca de 30 em dívida. Ou seja, uma alavancagem de 30 vezes. Notável. Faz-me lembrar o célebre LTCM - o "hedge fund" que em 1998 foi salvo in extremis por um consórcio de bancos coordenado pela Reserva Federal (FED).
E, por falar em LTCM, hoje também circulam notícias acerca de uma eventual falência do banco de investimento Bear Stearns. A relação entre os dois é simples: na altura, a Bear Stearns foi o único banco que, ostensivamente, não quis participar no consórcio. Todos os outros - a Goldman, a Merrill, a Morgan, a UBS, o Deutsche Bank e, até, o próprio FED - participaram, excepto a Bear Stearns que se recusou a fazê-lo sob o argumento de que "não tinha nada a ver com o assunto".
Pois bem, agora é a Bear Stearns que está em apuros - apanhada que foi com um monte de papel subprime que nada vale - e como Wall Street não esquece ódios antigos, ninguém parece disposto a vir em seu auxílio. Nem mesmo o mãos largas do Bernanke. Alguém tem de pagar a fava do subprime. E a Bear Stearns pôs-se mesmo a jeito.
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