No passado dia 1 de Fevereiro, escrevi aqui que os mercados accionistas permaneciam instáveis. E que, por isso, qualquer investimento em acções deveria ser contemplado com prudência, em particular aqueles que fossem realizados numa óptica de médio e longo prazo. No mesmo post, sugeri a compra de apenas dois títulos, Galp e Soares da Costa, aqueles que me pareciam poder sobreviver à intempérie que caracteriza a conjuntura actual. As variações finais do mês de Fevereiro para os títulos da Galp e da Soares da Costa foram de +11,2% e -6,5%, respectivamente. Tendo em conta que a) a carteira sugerida tinha apenas dois títulos; b) que eu não defendi nenhuma ponderação especial para nenhum deles e; c) que as comissões de corretagem podem representar um custo adicional de 0,2% à entrada e à saída: a performance média foi de +1,95% ((+10,8% - 6,9%) /2). A questão reside, agora, em 1) avaliar a performance de Fevereiro e; 2) sugerir nova carteira.
Em relação ao primeiro ponto, a tentação é comparar a performance do meu cabaz com a performance do índice geral PSI20 – o universo de onde eu escolhi os dois títulos individuais. Contudo, tecnicamente, essa comparação estaria incorrecta. Por uma simples razão: para o fazer, eu deveria ter sugerido todos os títulos, mas em ponderação diferente daquela que as acções representam no PSI20. Deveria ter sugerido acções da EDP, não em 17% (que é o que a EDP representa hoje no total do PSI20) mas, por exemplo, em 30% da minha carteira recomendada. E, depois, fazer isto para todas as componentes do PSI20. É a chamada lógica de “benchmarking” que, no jargão financeiro, representa uma filosofia de retorno relativo. Dado que, em Fevereiro, o PSI20 caiu 1,9%, se seguíssemos esta métrica, a performance relativa da minha carteira seria extraordinária. Igual a 3,85% (1,95% – (-1,9)). Positiva e muito superior ao mercado. Mas esta comparação não serve – neste caso. O método adequado é medir a variação do meu “portfolio” contra o duodécimo do retorno sem risco. Ou seja: o duodécimo da taxa de juro deduzida de impostos que está associada a um depósito a prazo e que, actualmente, se encontra na casa dos 4%. É a chamada lógica de “retorno absoluto”. Assim, a performance da minha carteira, deduzida do custo de oportunidade, foi de 1,62% (1,95% – (4%/12)).
No que diz respeito ao segundo ponto, o futuro próximo, continuo a ver os mercados de acções instáveis. Não é ainda altura de comprar acções para o médio e longo prazo. Continua a ser mais provável que os mercados testem e quebrem os mínimos de Janeiro, por isso, até a situação inverter, a lógica de retorno absoluto permanece a minha preferida. Assim, os ajustamentos a fazer à minha carteira recomendada são: vender a Soares da Costa e manter a Galp. Contudo, na seguinte perspectiva: se o PSI20 fizer novos mínimos, provavelmente, também a Galp poderá ser arrastada pela maré negativa. Por outro lado, nas matérias primas continua a vigorar uma lógica de compra e de retorno relativo – em linguagem popular também chamada de “pesca de arrasto”. As matérias primas agrícolas têm tido um comportamento excepcional. Os combustíveis também. Nos metais, também tem existido boa performance – mas não tão excepcional. Penso que é aí que reside a oportunidade de compra em Março. Em particular agora que Ben Bernanke, o presidente da Reserva Federal, enlouqueceu de vez.
Em relação ao primeiro ponto, a tentação é comparar a performance do meu cabaz com a performance do índice geral PSI20 – o universo de onde eu escolhi os dois títulos individuais. Contudo, tecnicamente, essa comparação estaria incorrecta. Por uma simples razão: para o fazer, eu deveria ter sugerido todos os títulos, mas em ponderação diferente daquela que as acções representam no PSI20. Deveria ter sugerido acções da EDP, não em 17% (que é o que a EDP representa hoje no total do PSI20) mas, por exemplo, em 30% da minha carteira recomendada. E, depois, fazer isto para todas as componentes do PSI20. É a chamada lógica de “benchmarking” que, no jargão financeiro, representa uma filosofia de retorno relativo. Dado que, em Fevereiro, o PSI20 caiu 1,9%, se seguíssemos esta métrica, a performance relativa da minha carteira seria extraordinária. Igual a 3,85% (1,95% – (-1,9)). Positiva e muito superior ao mercado. Mas esta comparação não serve – neste caso. O método adequado é medir a variação do meu “portfolio” contra o duodécimo do retorno sem risco. Ou seja: o duodécimo da taxa de juro deduzida de impostos que está associada a um depósito a prazo e que, actualmente, se encontra na casa dos 4%. É a chamada lógica de “retorno absoluto”. Assim, a performance da minha carteira, deduzida do custo de oportunidade, foi de 1,62% (1,95% – (4%/12)).
No que diz respeito ao segundo ponto, o futuro próximo, continuo a ver os mercados de acções instáveis. Não é ainda altura de comprar acções para o médio e longo prazo. Continua a ser mais provável que os mercados testem e quebrem os mínimos de Janeiro, por isso, até a situação inverter, a lógica de retorno absoluto permanece a minha preferida. Assim, os ajustamentos a fazer à minha carteira recomendada são: vender a Soares da Costa e manter a Galp. Contudo, na seguinte perspectiva: se o PSI20 fizer novos mínimos, provavelmente, também a Galp poderá ser arrastada pela maré negativa. Por outro lado, nas matérias primas continua a vigorar uma lógica de compra e de retorno relativo – em linguagem popular também chamada de “pesca de arrasto”. As matérias primas agrícolas têm tido um comportamento excepcional. Os combustíveis também. Nos metais, também tem existido boa performance – mas não tão excepcional. Penso que é aí que reside a oportunidade de compra em Março. Em particular agora que Ben Bernanke, o presidente da Reserva Federal, enlouqueceu de vez.
(Declaração de interesses: no momento em que escrevo este artigo, não tenho em carteira nenhum dos títulos mencionados.)
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