A Globalização é o fenómeno mais marcante do nosso mundo contemporâneo. É através da abertura de fronteiras, e da livre circulação de pessoas e bens, que se eliminam as desigualdades entre países desenvolvidos e aqueles ainda em vias de desenvimento. A migração do investimento para países asiáticos ou do leste europeu permitiu, nesses países, retirar da miséria milhões de pessoas. Contudo, nos países ocidentais, a abertura à concorrência estrangeira tornou a sociedade mais selvagem. O modelo social europeu está hoje sob ataque cerrado. E Portugal, por ser ainda pouco competitivo à escala mundial, é um dos países mais em risco. A Globalização, apesar de todas as suas virtudes, é hoje a principal causa do desaparecimento da nossa classe média. Dada a irreversibilidade do fenómeno Global, tenderemos a ter cada vez mais pobres ou ricos. O meio termo não é opção.
Segundo dados publicados este fim de semana pelo semanário "SOL", em Janeiro de 2008, as vendas de automóveis cresceram 1,3% face ao período homólogo. O sector automóvel é um bom barómetro da actividade económica e da distribuição de riqueza existente no país. Os dados publicados pelo "SOL" não são nada famosos. Primeiro, as vendas de automóveis estão a crescer abaixo do crescimento esperado no PIB - mau sinal. Segundo, ao analisar as vendas das marcas mais representativas, conclui-se que, com excepção da Toyota, todas as outras cujo público alvo é a classe média (Renault, Citroen, Peugeot, Volkswagen e Ford) registaram, no período, variações negativas. As únicas marcas que cresceram em vendas foram: a BMW, a Mercedes e a Fiat. Mau sinal.
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