Manuel Alegre diz que não se reconhece neste PS e nós também não. O PS, como qualquer outra marca, representa uma experiência particular, uma entidade própria, a que atribuímos determinadas características. Ora o actual PS está descaracterizado e a marca PS está a sofrer.
Basta pensarmos em grandes marcas como a Coca-Cola (a maior de todas?), a Microsoft, a Apple, ou a Fiat, para nos consciencializarmos das emoções que lhes estão associadas. O mesmo sucede com as organizações como a ONU, ou a NATO e, claro está , com os partidos políticos.
Para mim, o PS está ligado ao 25 de Abril e à democracia. É a marca do partido que defende a liberdade, a democracia representativa, o diálogo e a transparência política. Mas não só, também a solidariedade, a defesa das minorias, a defesa dos trabalhadores e dos sindicatos. No plano económico é o partido da redistribuição da riqueza e da defesa do papel do Estado no desenvolvimento económico.
Ora a actuação do actual governo tem prejudicado a marca, com uma actuação que defrauda as “expectativas dos consumidores” e que pode, a médio prazo, vir a provocar alterações significativas no nosso panorama político.
A liberdade, em particular a liberdade de opinião, está sob ataque. Há pouco dialogo e há manifesto desrespeito pelos partidos da oposição. As reformas não têm contemplado direitos adquiridos, que deveriam ser negociados e não unilateralmente denunciados. Há casos pontuais que sugerem perseguição sindical e há medo nalguns grupos profissionais, em particular nos professores. O papel do Estado na economia foi minimizado e a apologia do privado, em particular nas funções sociais, é contranatura à marca.
Não tenho portanto qualquer dúvida que o PS, como qualquer marca que se deixa descaracterizar, vai sofrer as consequências e, como é um partido do poder, todos iremos sofrer com ruína do PS. Estamos perante uma péssima gestão da marca PS!
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