A Igreja Católica tem-se manifestado sempre contra as técnicas de reprodução medicamente assistida. Os seus cânones apenas contemplam os métodos ancestrais que a raça humana tem utilizado desde Adão e Eva. Eu, apesar de não me considerar um católico praticante, sempre subscrevi esta doutrina da Igreja. Chamem-me cota ou o que quiserem, mas nestes assuntos da reprodução não me modernizei muito. Se uma parelha não se consegue reproduzir pelos métodos convencionais que tentem de novo ou que solicitem a ajuda de alguém com provas dadas. Agora o tubo de ensaio...
Sob o ponto de vista biológico a posição da Igreja faz todo o sentido, se a concepção não ocorre, mesmo depois de praticado o pecado, com afinco e repetidamente, é porque existirão ponderosas razões biológicas que não será sensato desafiar.
Isto mesmo vem agora confirmar um estudo, publicado este mês no BMJ, que descobriu que a chamada “fertilização in vitro” tem vindo a aumentar a prevalência de casais inférteis na população. Enquanto até agora só um em cada sete casais tinha dificuldade em procriar, neste estudo estima-se que dentro de dez anos esta incidência passará a ser de um em três. Os autores do estudo consideram estarmos perante uma espécie de bomba relógio de infertilidade, mas afirmam que é pouco provável que “os tratamentos de fertilidade, para os casais com causas genéticas de infertilidade, algum dia produzam uma raça totalmente incapaz de se reproduzir por meios naturais”. Ora bem!
Nunca se deve questionar de ânimo leve a sabedoria de uma instituição milenar, como a Igreja Católica, especialmente em assuntos que têm a ver com a carne e o pecado. Os métodos ancestrais ainda serão os melhores. Permito-me apenas discordar, respeitosamente, que a sua utilização fique restringida ao leito matrimonial e à chamada posição do missionário. Como individualista radical e perigoso liberal, recomendo que se utilizem as técnicas ancestrais, mas que cada um as adapte à sua natureza da forma que melhor lhe aprouver.
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