O CDS do Dr. Paulo Portas tem uma nova estratégia: apostar na divisão dos laranjinhas do PSD e tentar que eles continuem pegados uns com os outros em torno da liderança do partido. Não é por acaso que, assim que Menezes foi eleito, se começou imediatamente a ler, um pouco por todo o lado, que está a prazo, que tem os dias contados e que, pasme-se!, se preparam para lhe suceder o Dr. Rui Rio (que recusou disputar a liderança há três meses) e o Dr. Pedro Passos Coelho, acabado de sair de um prolongado e muito estimável exílio que se seguiu ao abandono da chefia dos minorcas da JSD. Nesta interessante campanha, ele conta com um aliado de pesa, o Dr. Pacheco Pereira, com quem, ao fim de tantos anos, conseguiu finalmente um ponto de convergência.
Esta estratégia, ou, talvez, esta táctica, pode visar dois objectivos em separado ou conjuntamente: retirar a Menezes o discurso neoliberal de que o CDS se aproximara no regresso de Portas (já agora, que novas há da «tendência liberal»?), e conquistar-lhe votos e espaço sociológico na pretendida decadência do partido. De resto, só assim se pode compreender que quem não se incomodou com a «impressiva» liderança de Marques Mendes, apareça agora preocupado com a «sorumbática» chefia de Menezes.
No plano dos objectivos, o CDS de Portas sabe que só voltará ao poder em coligação. Por isso, pensa ser-lhe indiferente que ganhem Sócrates ou Menezes, desde que não ganhem com maioria absoluta. De boa vontade, o CDS se coligaria com qualquer dos dois, tendo para isso bons e sugestivos precedentes históricos e políticos: com o PSD, porque é o seu parceiro ideologicamente natural; com o PS, porque já no passado o fez, para, como agora, «salvar a pátria».
Com o que Portas não conta é com um fenómeno, por mim evidente, de mutismo político. É que, desde sempre, o CDS só cresceu quando cresceu o PSD. Porque o crescimento desses dois partidos não pode ser visto como o de um deles isoladamente, mas do espaço da direita em conjunto, do qual ambos beneficiarão. Nessa medida, se o PSD se continuar a desacreditar, será a própria direita eleitoral que perderá no seu conjunto, correspondendo essa perda a um crescimento global dos partidos de esquerda, PS, BE e PCP, tal e qual sucedeu nas últimas eleições legislativas.
Má estratégia, portanto.
Esta estratégia, ou, talvez, esta táctica, pode visar dois objectivos em separado ou conjuntamente: retirar a Menezes o discurso neoliberal de que o CDS se aproximara no regresso de Portas (já agora, que novas há da «tendência liberal»?), e conquistar-lhe votos e espaço sociológico na pretendida decadência do partido. De resto, só assim se pode compreender que quem não se incomodou com a «impressiva» liderança de Marques Mendes, apareça agora preocupado com a «sorumbática» chefia de Menezes.
No plano dos objectivos, o CDS de Portas sabe que só voltará ao poder em coligação. Por isso, pensa ser-lhe indiferente que ganhem Sócrates ou Menezes, desde que não ganhem com maioria absoluta. De boa vontade, o CDS se coligaria com qualquer dos dois, tendo para isso bons e sugestivos precedentes históricos e políticos: com o PSD, porque é o seu parceiro ideologicamente natural; com o PS, porque já no passado o fez, para, como agora, «salvar a pátria».
Com o que Portas não conta é com um fenómeno, por mim evidente, de mutismo político. É que, desde sempre, o CDS só cresceu quando cresceu o PSD. Porque o crescimento desses dois partidos não pode ser visto como o de um deles isoladamente, mas do espaço da direita em conjunto, do qual ambos beneficiarão. Nessa medida, se o PSD se continuar a desacreditar, será a própria direita eleitoral que perderá no seu conjunto, correspondendo essa perda a um crescimento global dos partidos de esquerda, PS, BE e PCP, tal e qual sucedeu nas últimas eleições legislativas.
Má estratégia, portanto.
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