30 janeiro 2008

o fim das surpresas

A saída de uns tantos ministros e de alguns secretários de estado do governo em funções, não só não pode constituir motivo de espanto, como é um facto previsível e normal do ciclo político. De facto, antes de sair Cavaco, foram saindo ministros e secretários de estado em catadupa, uns a seguir aos outros. O mesmo sucedeu a Guterres e teria acontecido a Durão Barroso e a Santana Lopes, caso o tempo o tivesse permitido. A saturação com quem governa é cada vez mais rápida e obedece sempre ao mesmo compasso: estado de graça, promessas por cumprir, insatisfação popular, resistência do primeiro-ministro à mudança, queda de alguns e, por fim, queda de todos. A seguir a José Sócrates outro qualquer se seguirá, como aconteceu a Cavaco, Guterres e Barroso. Todos imensamente poderosos até ao minuto em que o deixaram de ser.
A III República já não nos permite surpresas. Pelo menos, enquanto a Europa nos for segurando.

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