Numa série de posts que escrevi para o Blasfémias há alguns meses atrás, eu desenvolvi o tema do individualismo do menino-mimado. A minha suspeita na altura era a de que muitos dos comportamentos individuais e colectivos dos portugueses podiam ser explicados à luz de uma teoria do menino-mimado.
Esta teoria não é inteiramente original. Num artigo de 1974, o economista Gary Becker tinha já apresentado o teorema do menino-mimado (the rotten-kid theorem), um tema que ele desenvolveu mais tarde no seu Tratado sobre a Família.
Os posts recentes de Joaquim Sá Couto em baixo vieram reforçar a minha suspeita acerca da validade da teoria para explicar muitos dos comportamentos públicos dos portugueses - para não mencionar os privados. E estatísticas recentemente coligidas pelo The Economist, e que citei num post anterior, vieram revelar que Portugal é o segundo país do mundo onde a família e o círculo de amigos tratam melhor as crianças, sendo o primeiro a Itália. Por outras palavras, se há pessoas mimadas no mundo, os portugueses só são excedidos pelos italianos.
Por isso, eu decidi embarcar no projecto de, ao longo dos próximos meses, procurar explicar os comportamentos públicos dos portugueses na política e na sua relação com o Estado - sem esquecer os da blogosfera - à luz de uma teoria do menino-mimado que irei expondo pelo caminho. Eu antecipo que os resultados vão ser surpreendentes.
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