A corrente moderna do liberalismo americano - às vezes chamada de libertarianism, e representada por autores como Friedman, Rand, Hayek, Mises, Rothbard - é uma tradição de pensamento de inspiração predominantemente judaica. O seu alvo principal é a autoridade e a instituições que a protagonizam na sociedade, como o Estado e a Igreja. A representação judaica nesta linha de pensamento é considerável.
Compreende-se que uma tradição de pensamento predominantemente judaica não seja favorável à Igreja. Por isso, os autores desta tradição, embora favoráveis às instituições privadas em detrimento das instituições públicas, raramente apresentam, ou sequer mencionam, a Igreja Católica por aquilo que ela, na realidade, é - a instituição social privada de maior sucesso da história e certamente a mais antiga.
A aversão desta corrente de pensamento ao Estado é também conforme à tradição judaica. Os judeus viveram sempre, ao longo da sua história, em comunidades precárias, prontas a mudarem-se de um país para o outro de acordo com o grau de acolhimento que encontrassem. Os judeus não podiam, portanto, fazer depender a sua vida de serviços prestados pelo Estado, como a saúde, a educação ou a solidariedade social. Dentro das suas próprias comunidades, eles tinham de desenvolver serviços autónomos de educação, de saúde, de solidariedade social e até sistemas elaborados de produção e trocas que tornavam essas comunidades totalmente independentes do Estado Nacional. Frequentemente, eles possuiam os seu próprio sistema legal. O gueto era uma comunidade auto-suficiente, o exemplo acabado do governo local independente do Estado Nacional. Não surpreende, por isso, a propensão desta corrente de pensamento para atacar o Estado e, no limite, prescindir dele.
Se as sociedades ocidentais de inspiração cristã caminharem na direcção recomendada por esta linha de pensamento, os judeus serão os principais beneficiados porque não existe povo como eles que saiba viver e prosperar nestas condições. Não é, por isso, surpreendente, que estatísticas recentemente publicadas nos EUA revelem que 50% dos bilionários americanos são judeus - embora os judeus representem apenas 2% da população dos EUA. Pelo contrário, para uma sociedade de cultura católica, viver num regime de comunidades auto-governadas e independentes do Estado, seria uma tragédia e a desordem generalizada, porque, estando fora da sua cultura ancestral, as pessoas não saberiam como viver nelas.
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