O modelo de governação e desenvolvimento do país assenta, pelo menos desde 1834, na centralização. Uma grande metrópole – Lisboa -, um poder central do qual dependem as grandes decisões, e uma burocracia que agilizaria procedimentos.
Até à descolonização e à adesão às Comunidades, este esquema foi funcionando, embora desequilibrado, sem que as discrepâncias, já então muito acentuadas, se tornassem visivelmente evidentes. A justificação do desenvolvimento do Ultramar, primeiro, do esforço de guerra, depois, e da adequação à democracia, por fim, iam servindo para fundamentar os excessos do centralismo, ao qual correspondia um relativo empobrecimento generalizado do país, com excepção da sua metrópole.
A adesão às Comunidades Europeias e a inserção do mercado português no Mercado Único modificaram substancialmente a nossa realidade. E o que deveria ter sido a transformação do nosso paradigma, no sentido do desenvolvimento simétrico do território continental baseado em autonomias locais fortes, de modo a permitir-lhe competir no vasto espaço multipolar europeu, acabou por se concretizar no agravamento do modelo vigente. De facto, de 1986 para cá, o centralismo português agravou-se (muito fundamentado nas facilidades das novas tecnologias), e com ele se agravaram também as discrepâncias do país.
Na verdade, o interior permanece pobre e abandonado, o litoral perdeu o pouco que tinha, e já não existem grandes centros urbanos além de Lisboa. Quem, por exemplo, passear a pé pelo centro do Porto, encontrará uma cidade fechada, sem vida comercial ou empresarial, com edifícios entaipados ou a cair, com uma população visivelmente empobrecida e mendicidade por todo o lado. Este foi o resultado de décadas de centralização, em que as várias polaridades outrora existentes no país se foram esvaindo e desaparecendo, por falta de poder e de recursos, em detrimento da capital. Onde, de resto, se calcula que viverá metade da nossa população lá para meados da próxima década, com inevitáveis consequências nefastas para a cidade. Aliás, durante estes últimos trinta anos, as únicas parcelas do território que conheceram um desenvolvimento efectivo foram aquelas que se regionalizaram: a Madeira e os Açores. Não é preciso dizer mais nada.
Qualquer transformação deste modelo de «desenvolvimento» não poderá contar com a esquerda. Esta é, por definição, estatista e centralizadora. Quer defender o Estado Social e pensa que ele carece de uma forte concentração de poder num núcleo central, apoiado por uma extensa burocracia. A direita que pense nisto e prepare uma alternativa para, se e quando, voltar ao poder.
Até à descolonização e à adesão às Comunidades, este esquema foi funcionando, embora desequilibrado, sem que as discrepâncias, já então muito acentuadas, se tornassem visivelmente evidentes. A justificação do desenvolvimento do Ultramar, primeiro, do esforço de guerra, depois, e da adequação à democracia, por fim, iam servindo para fundamentar os excessos do centralismo, ao qual correspondia um relativo empobrecimento generalizado do país, com excepção da sua metrópole.
A adesão às Comunidades Europeias e a inserção do mercado português no Mercado Único modificaram substancialmente a nossa realidade. E o que deveria ter sido a transformação do nosso paradigma, no sentido do desenvolvimento simétrico do território continental baseado em autonomias locais fortes, de modo a permitir-lhe competir no vasto espaço multipolar europeu, acabou por se concretizar no agravamento do modelo vigente. De facto, de 1986 para cá, o centralismo português agravou-se (muito fundamentado nas facilidades das novas tecnologias), e com ele se agravaram também as discrepâncias do país.
Na verdade, o interior permanece pobre e abandonado, o litoral perdeu o pouco que tinha, e já não existem grandes centros urbanos além de Lisboa. Quem, por exemplo, passear a pé pelo centro do Porto, encontrará uma cidade fechada, sem vida comercial ou empresarial, com edifícios entaipados ou a cair, com uma população visivelmente empobrecida e mendicidade por todo o lado. Este foi o resultado de décadas de centralização, em que as várias polaridades outrora existentes no país se foram esvaindo e desaparecendo, por falta de poder e de recursos, em detrimento da capital. Onde, de resto, se calcula que viverá metade da nossa população lá para meados da próxima década, com inevitáveis consequências nefastas para a cidade. Aliás, durante estes últimos trinta anos, as únicas parcelas do território que conheceram um desenvolvimento efectivo foram aquelas que se regionalizaram: a Madeira e os Açores. Não é preciso dizer mais nada.
Qualquer transformação deste modelo de «desenvolvimento» não poderá contar com a esquerda. Esta é, por definição, estatista e centralizadora. Quer defender o Estado Social e pensa que ele carece de uma forte concentração de poder num núcleo central, apoiado por uma extensa burocracia. A direita que pense nisto e prepare uma alternativa para, se e quando, voltar ao poder.
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