Na minha opinião, não é possível conceber o ideal de justiça sem a ideia de Deus. Por isso, a principal vítima do ateísmo, ou do agnosticismo, onde eles sejam prevalecentes, ou meramente influentes, é o sistema de justiça.
Quando Deus é retirado do caminho, a ideia do outro como um ser humano com uma dignidade igual à minha cai por terra, e a imparcialidade - que é o atributo essencial da justiça - desaparece com Deus. Sentindo que não têm de prestar contas a ninguém que zele pela imparcialidade no tratamento de todos, os ateus acabam invariavelmente a prestar contas aos homens, o que significa, em primeiro lugar, a eles próprios, e ao grupo dos seus apaniguados.
Dois exemplos retirados da blogosfera ilustram a situação. O Euroliberal tem vindo a queixar-se no Portugal Contemporâneo (ver aqui na caixa de comentários) da censura que fizeram a um comentário seu a este post no 5 dias, significando que a extrema esquerda promete a liberdade para todos, desde que seja um de cada vez - e eles em primeiro lugar.
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