spam postal

Toda a gente se incomoda com spam electrónico, para o qual existem, apesar de tudo, inúmeros antídotos relativamente eficazes. Mas não vi ninguém, até hoje, a protestar contra o spam postal, aqueles incontáveis papéis publicitários com que algumas empresas de duvidosa qualidade nos enchem a caixa de correio, para o qual não existe ainda defesa possível. Na verdade, ai de quem se afaste uma semana do lar, sem deixar a chave da caixa de correio a algum amigo próximo, que se comprometa a limpá-la regularmente: arrisca-se, quando chegar, a ter a correspondência a sair-lhe da caixa, à mão de qualquer energúmeno que passe por ali, ou mesmo espalhada pelo chão. Havia, antigamente, algumas almas ingénuas que colavam nas caixas de correio uns autocolantes pedindo que não as enchessem com essa espécie de lixo. Obviamente, isto não foi solução para coisa alguma, excepto para aguçar mais ainda a voracidade violadora da privacidade postal dos distribuidores. Por isso, deixo aqui uma sugestão: num país com crimes de toda a espécie, a criação de um novo tipo legal de crime (spam postal), ao qual corresponderá uma pena mínima de amputação do membro dianteiro esquerdo do infractor, podendo ir mesmo à amputação dos dois, ou mesmo até de todos os cinco.