Quando um homem de um país de tradição católica do sul da Europa ou da América Latina vai viver para um país de tradição protestante no norte da Europa ou da América do Norte, uma das principais diferenças que sente na pele é a impessoalidade da nova sociedade. Falta-lhe o calor humano, o conforto, a importância, a intimidade, a atenção, a hospitalidade que os outros lhe davam no seu país de origem e, agora, no país de destino, ele só sente indiferença.
Numa cultura, como a protestante, onde os pessoas comunicam directamente com Deus, as outras pessoas tornam-se menos importantes na vida de cada uma, ao ponto de se tornarem indiferentes. Aquilo que é importante na vida - a verdade de Deus - chega a cada pessoa, não através de outras pessoas, mas através da entidade impessoal que é Deus. ´
Pelo contrário, numa outra cultura, como a católica, onde a palavra de Deus chega às pessoas através de outras pessoas - os padres -, aquilo que é importante na vida chega-lhes de uma forma pessoalizada. Nesta cultura, não é possível chegar à verdade divina sem a intermediação de outra pessoa. Daí a pessoalidade que caracteriza a cultura católica, em comparação com a cultura protestante.
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