A Igreja Católica tem sido frequentemente criticada por ser conservadora. Nem podia ser de outro modo. Uma Igreja inovadora, constantemente a inventar soluções, mesmo que para o bem da humanidade, já se teria enganado muitas vezes, desprestigiado e extinguido.
A função da Igreja é ser conservadora, uma espécie de carro-vassoura da humanidade, a instituição que guarda os princípios necessários à sobrevivência e à prosperidade da humanidade, que anda atrás dela e nunca à frente dela - excepto em momentos de crise, isto é, quando a humanidade se estampa.
Assim, por exemplo, a Igreja nunca pode ser favorável ao aborto. É claro que a humanidade é capaz de inventar um milhão de razões para defender o aborto e até o tornar legal, como nós vimos recentemente em Portugal: a liberdade da mulher, os motivos económicos, a propriedade privada do corpo feminino, os custos da maternidade precoce e por aí adiante. Porém, a Igreja não se pode deixar levar por esta conversa de principiantes. Por cima desta míriade de razões, a Igreja invoca a Razão do princípio "não matarás" - a única Razão que, sendo favorável à vida, é também a única favorável à sobrevivência e à properidade da humanidade.
Tendo vivido muito tempo e produzido alguns dos melhores espíritos da humanidade, a Igreja sabe que, ao legitimar o aborto, a humanidade não se vai ficar por aí. Passado um tempo legitimará a eutanásia e depois as diferentes formas de eugenia. Quando o caos estiver instalado, então a Igreja estará lá para cuidar das vítimas e repôr a ordem, indicando de novo a direcção certa porque será ela então que ainda possui o único princípio e a verdadeira Razão: "Não matarás".
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