A correlação nem deve ser surpreendente. Se, como tenho vindo a defender, Portugal é um país de cultura profundamente católica, é apenas natural que, cada vez que a instituição-mãe foi ameaçada, ou entrou em crise, e os seus valores foram questionados, tal se reflectisse no país e ele acabasse a sofrer.
Gostaria de referir dois pontos de coincidência. O primeiro ocorre no século XVI quando, por efeito das ideias protestantes de Lutero e de Calvino a Igreja sofre a maior ameaça da sua história até então. Data também do século XVI, com a morte de D. Sebastião e a perda de independência, a maior crise da história portuguesa até então, e que alguns situam como o início da decadência nacional.
Depois, no século XIX e até ao início do século XX, a Igreja volta a estar seriamente ameaçada em resultado das ideias da revolução francesa, ao ponto de se chegar a prever a sua extinção. Este é também um período negro da história de Portugal, primeiro com a monarquia constitucional e depois com a I República.
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