03 outubro 2007

as deusas devem estar loucas

A cultura feminista que em Portugal teve início, em massa, na década de 90 e que hoje se afirma com todo o vigor no país é, na realidade, a réplica, com 30 anos de atraso, da cultura feminista que, a partir dos anos 60, se afirmou nos países do norte da Europa e da América do Norte, e que se traduziu nas mesmas tendências: aumento da taxa de divórcio, diminuição da taxa de nupcialidade, redução da taxa de fertilidade das mulheres, etc.

Porém, enquanto nesses países, as pessoas já se deram conta dos efeitos dessa cultura, e arrepiaram caminho, invertendo, em muitos casos, as tendências anteriores, em Portugal nós continuamos a caminhar no sentido de cometer os mesmos erros, e com os mesmos resultados.

Assim, nos últimos quinze anos, a taxa de divórcio em Portugal subiu de 0.9 para 2.3, a taxa de nupcialidade caíu de 5.6 para 4.o e a taxa de fertilidade baixou de 1.7 para 1.5.

No mesmo período, na Finlândia, a taxa de divórcio caíu de 2.9 para 2.5, a taxa de nupcialidade subiu de 5.1 para 5.7 e a taxa de fertilidade aumentou de 1.7 para 1.8.
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Nos EUA - onde o feminismo conheceu provavelmente a sua expressão mais intensa -, nos últimos quinze anos, a taxa de divórcio caíu de 4.8 para 3.7, a taxa de nupcialidade diminuiu de 9.7 para 8.0, e a taxa de fertilidade cresceu de 1.9 para 2.0.
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Mesmo em Espanha, um país da nossa tradição católica, a taxa de divórcio, embora tenha subido de 0.6 para 1.1, é menos de metade da nossa; a taxa de nupcialidade manteve-se constante (5.3) e é 30% superior à nossa, e só a taxa de fertilidade teve uma tendência semelhante à nossa, caindo de 1.7 para 1.4.
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Parece existir algo de profundamente intrigante na cultura da mulher portuguesa actual. E o meu sentimento é que não é nada de bom - para a mulher portuguesa, em primeiro lugar.

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