17 setembro 2007

tudo aquilo


Em Portugal, praticamente todos os universitários conhecidos do público estão envolvidos na política - na realidade, eles ganharam exposição pública, não pelo seu trabalho universitário, mas, regra geral, pelo seu envolvimento na política.

É claro que o pior e o mais duradouro exemplo da promiscuidade entre a universidade e a política, o exemplo acabado da prostituição do ideal universitário pela política, o exemplo mais completo do universitário com permanente ambição política é - custa-me dizê-lo porque eu tenho por ele estima pessoal - o Marcello Rebelo de Sousa.

Noutro país com outra cultura - por exemplo, o Canadá, que é aquele que, como referi abaixo, conheço melhor, mas não apenas neste -, ele já tinha sido despedido da universidade, na realidade, nunca teria lá reentrado após a primeira das suas múltiplas incursões na política. E como, na política, nunca conseguiu atingir um objectivo (v.g., presidente da câmara de Lisboa, ou primeiro-ministro, quando foi presidente do PSD), também já não estaria na política.

Fora da universidade e fora da política, haveria alguma cadeia de televisão que lhe oferecesse um lugar de comentador político - e alguma vez poderia ele tornar-se o mais popular comentador político do país?

Um exemplo a revelar importância das diferenças entre culturas. O Marcello Rebelo de Sousa é em Portugal - como poderia ser noutro país de tradição católica -tudo aquilo que nunca seria num desses países desenvolvidos que nós ambicionamos, por vezes, imitar (e que são países de tradição predominantemente protestante).

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