Numa série de posts anteriores, publicados a semana passada, eu procurei ilustrar algumas das diferenças existentes entre o mundo universitário no Canadá e o mundo universitário em Portugal. O meu propósito era duplo. Primeiro, comparar o funcionamento da instituição universitária numa cultura predominantemente protestante e numa cultura predominantemente católica, dando conteúdo concreto a uma distinção em que tenho insistido. Segundo, e mais importante, mostrar como a instituição da opinião pública ou comunitária na primeira limitava os excessos de liberdade que corrompiam a vida universitária na segunda.
Passo agora, a partir deste post, a tratar algumas facetas do mundo da administração fiscal.
Se, no Canadá, algum jornal (ou qualquer outra pessoa ou instituição) oferecesse um Prémio ao Director-Geral dos Impostos na semana em que ele termina funções - e este tivesse a veleidade de o aceitar -, como ontem anunciou o Expresso, é praticamente certo que, no dia seguinte, todos os jornais - exprimindo o sentimento geral da opinião pública - estariam a exigir que fossem imediatamente examinados os dossiers fiscais do Expresso, de todas as empresas que pertencem ao grupo de que o Expresso faz parte, e ainda os dossiers pessoais de todos os executivos destas empresas.
E é praticamente certo também que na semana seguinte o exame estaria já a decorrer, feito por uma comissão constituída maioritariamente por peritos independentes da administração fiscal.
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