A tese neoliberal, segundo a qual existe uma relação de causalidade inversa entre a dimensão do Estado e o grau de desenvolvimento dos países não encontra nenhuma - mas nenhuma - confirmação empírica, e é pura demagogia.
Existem hoje vários indicadores estatísticos para medir o peso do Estado numa sociedade. Um deles, o mais utilizado, fá-lo calculando a percentagem da despesa pública no PIB. Existem também vários indicadores estatísticos que permitem medir o grau de desenvolvimento de um país, sendo o mais utilizado o Indice de Desenvolvimento Humano (IDH) compilado pela ONU e que é um índice sintético do desenvolvimento económico (PIB per capita), do desenvolvimento social (esperança de vida à nascença) e da educação (taxa de alfabetização da população adulta).
No mundo, os países com o maior peso do Estado na sociedade são os países ocidentais de tradição cristã, sobretudo os da Europa Ocidental e da América do Norte. A tese neoliberal faria prever que estes países são os menos desenvolvidos do mundo. Mas não são - são os mais desenvolvidos do mundo, com a Noruega à cabeça, seguida da Islândia, Austrália, Canada, Luxemburgo e Suécia.
Dentro da tradição cristã do Ocidente, os países com a maior dimensão do Estado são os países nórdicos da Europa. Segundo a tese neoliberal deviam ser os menos desenvolvidos. Mas não são - são os mais desenvolvidos do mundo, colocando essa pequena região três países entre os seis mais desenvolvidos do mundo e aparecendo a Finlândia e a Dinamarca, respectivamente, em 13º e 14º lugares. (1)
(1) The Economist, Pocket World in Figures, 2007 Edition, London, p. 30.
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