18 agosto 2007

Contributo para a Armaria e Indumentária Transgénica



De tudo o que tem vindo a ser noticiado e publicado em blogs, em especial em O Insurgente, sobre o movimento eco-chic dirigido por um tal Gualter Baptista em nome do restabelecimento da “ordem ecológica, democrática e moral”, o que quero destacar, ainda mais do que o vândalo ataque da eco-escumalha anti-transgénica à propriedade do Sr. José Menezes, é o comportamento da GNR expresso nas declarações ao Público do comandante Bengala.

A preocupação deste senhor, ao que parece satisfeito por os energúmenos apenas quererem “chamar à atenção da opinião pública para as suas ideias” e não buscar o “confronto” com as autoridades, foi safar-se, como parece ser agora também moda entre políticos.

A actuação com base no respeito por princípios foi chão que deu uvas. A hora é agora de a gente se safar, a começar por ladrões, assaltantes e todo o tipo de invasores e destruidores de propriedade alheia, e esperar depois, como fez o Comandante Bengala, que os safados no fim, acabem por entrar “calmamente no autocarro” - coisa que nem todos fazem- de modo a poder depois dizer-se, como fez o tal comandante Bengala, “e tudo correu de forma civilizada”. É por isso que estes novos agentes cada vez mais parecem preferir a caça à multa do que ao ladrão, deve ser para evitar haver confronto e, ainda por cima, violento. Daí talvez a nova preferência de tantas autoridades pelos indefesos e indefesas.

Mas tem mais: quando se aproximou o segundo autocarro, continuando a fazer fé no Público, o mesmo Comandante afirmou: “tocaram tambores, ouviu-se música, e a coisa ficou por ali”. Vai daí a líder do movimento, acrescentou o oficial da Guarda, “até agradeceu a colaboração da GNR, e pediu desculpa dizendo que a situação lhe tinha saído fora de controlo”. Gente chic e educada é outra coisa, vão ver que isto ainda vai ter desenvolvimentos.


A continuar assim o homem ainda vai ser condecorado por ser expressão de uma nova ideia de forças de segurança como “bengalas democráticas” ao serviço de políticos que não querem problemas e muito menos confrontos com a maioria. O homem, se o Ministro da pasta não andar distraído, ainda vai à medalha ou pelo menos à menção honrosa por ter sabido estar estado do lado certo - dos cerca de 100 vândalos – e não do lado errado, o do choroso proprietário de apenas 1 hectare do milho transgénico, embora autorizado. Como se chegou aqui?


Tenho uma amiga, médica de saúde pública que muitas vezes era chamada para ocorrências fora de horas, como por exemplo ir verificar um óbito devido a desastre, afogamento ou outra ordem de razões. A Polícia ou a GNR costumava vir buscá-la a casa e ela mal entrava no carro ou jipe, logo colocava o cinto de segurança, mas o polícia ou guarda - pouco agradado - imediatamente lhe diz não ser preciso usar cinto. O motivo deve ser pelo facto de pensarem que a razão para colocar o dito é porque pode aparecer a polícia e não por causa da existência de uma regra com outro alcance. Por outras palavras, mais importante do o respeito pelas regras é não importunar a autoridade ou, sendo muitos e violentos, agradecer a colaboração.


Será que é disto que o meu povo gosta?

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