Na opinião de Hayek, que eu não teria dificuldade em subscrever, os autores liberais clássicos (Sécs. XVIII e XIX) mais influentes foram, por ordem alfabética, Alexis de Tocqueville, Edmund Burke, Lord Acton, Thomas Macaulay e William Gladstone.
Numa sondagem efectuada há poucos anos nos EUA, os autores neoliberais (Séc. XX) mais influentes foram, por ordem alfabética, Ayn Rand, Friedrich Hayek, Ludwig von Mises, Milton Friedman e Murray Rothbard.
Comparando estas duas listas de cinco nomes, algumas curiosidades emergem, e que sugerem uma fractura decisiva na corrente intelectual do liberalismo.
Primeira, os liberais clássicos são predominantemente historiadores, enquanto os neoliberais são predominantemente economistas (a excepção é Ayn Rand).
Os liberais clássicos são predominantemente católicos (a excepção é Macaulay que era protestante evangélico, mas que, não obstante, considerava a Igreja Católica a mais admirável instituição que a humanidade jamais construiu), enquanto os neoliberais são predominantemente judeus (a excepção é Hayek que, não obstante, possuia influência judaica na família).
Os liberais clássicos são todos homens de fortes convicções religiosas, enquanto os neoliberais se declararam todos agnósticos ou ateus.
Os liberais clássicos tratam a liberdade como um ideal - um fim - de vida humana, enquanto os neoliberais tratam a liberdade como um instrumento - um meio - para a maximização do bem-estar material.
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