10 julho 2007

eu não hesitaria na resposta

Porventura, se um dia eu fosse acusado de algum crime grave que não cometi, e me fosse oferecida, como última graça, a escolha do juiz que me iria julgar, eu não hesitaria na resposta - o Papa da Igreja Católica.

É o homem - talvez o único homem - cujo espírito não está hipotecado a nada nem a ninguém deste mundo. É um homem livre - talvez o mais livre de todos os homens - e, portanto, o homem que reune as condições máximas da imparcialidade que constitui o atributo essencial da justiça.

O ideal de justiça - sem o qual, a prazo, nenhum país ou civilização consegue sobreviver, menos ainda prosperar - é uma consequência directa da liberdade. Sem liberdade não há justiça e quando falha a liberdade falha logo a seguir a justiça.

A liberdade a que me refiro é, obviamente, a concepção clássica ou católico-cristã de liberdade, e não a liberdade definida no sentido moderno do termo, como uma esfera ou círculo de direitos positivos que são reconhecidos a cada homem. Como tenho vindo a argumentar, esta última concepção conduz à opressão, e portanto à destruição da liberdade.

Porém, nos últimos anos, é a concepção moderna de liberdade que tem vindo a ganhar terreno em Portugal. Se o meu entendimento do verdadeiro ideal de liberdade é correcto, tal significa então que os portugueses se estão a tornar menos livres. Que, ao mesmo tempo, eles estejam progressivamente a perder a confiança - se é que ainda resta alguma - no seu sistema de justiça, não deve ser surpreendente.

3 comentários:

Anónimo disse...

A Igreja Católica foi a única igreja fundada por Jesus. Um documento de Bento XVI, hoje publicado pela Santa Sé, reafirma «a plena identidade da Igreja de Cristo com a Igreja católica»

4 hero

maria disse...

qualquer Papa? só houve papas bons/livres, portanto. E que em toda a sua vida só tomaram decisões justas e acertadas...mais infalíveis que o próprio Deus. Porque é a infalibilidade que está sibjacente a estes posts todos, não é? A liberdade é só para enfeitar.

CN disse...

Ora aí está o conceito perfeito de anarquismo: ser julgado por quem escolhemos. E o juiz só o é porque é escolhido por muitos.