Ricardo Alves considera que, para além da «obtenção de alimentos e o seu consumo, não existem comportamentos mais naturais no homem do que a violação sexual e o assassinato de rivais». Donde, conclui, não nos resta senão «o controlo, pessoal ou social, dos nossos» (sic) «piores instintos». Isto é, o Estado.
Confesso a minha incapacidade para argumentar contra isto. Razão pela qual me limito a lembrar a Ricardo Alves que foi exactamente para precaver e punir este (e outro) tipo de comportamentos desviantes (desviantes, note bem), que os homens criaram os tribunais. E por aqui me fico.
1 comentário:
Se nada há de mais natural no homem do que tudo isso, tal significa que o Estado não pode (na medida em que ninguém pode contrariar a sua própria natureza, a não ser que contrariá-la o estivesse) deixar de ser a continuidade natural desse modo de ser. O que implica que o Estado se constitui pela violação, pelo roubo e pelo assassinato dos mais fracos pelos mais fortes, que a isso chamariam eufemisticamente "acção benéfica de controlo do estado sobre a natureza humana". Não sei se será esse o ponto de vista do sr. Ricardo Alves. É que, se for, é melhor calarmo-nos e esperar que ele defina de que lado está, sabendo, no entanto, de antemão que, se estiver do lado do poder, nunca o dirá exactamente pelas mesmas razões.
Uff! Complicado, hein?!
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