02 maio 2007

défices democráticos


Alberto João Jardim prepara-se para ganhar mais umas eleições legislativas regionais, com maioria absoluta, para não destoar. Uma vez mais, também, as oposições, a insular e a continental, repetirão a ladainha do costume sobre o «défice democrático» da Ilha da Madeira, tendo já havido, até, quem comparasse o bonacheirão líder madeirense a José Estaline. Presume-se que o falecido dirigente soviético e não um qualquer infeliz homónimo, eventualmente descendente de admiradores fanáticos do «Sol da Terra». Qualquer hipótese de mérito pessoal e de obra realizada parece estar decididamente posta de lado, pelo que há que esclarecer se Jardim dispõe de polícia política, se persegue e agride adversários, se os tortura em locais sinistros, se proíbe a circulação de jornais, impõe a censura prévia, veda a entrada de jornais e publicações do exterior, de canais e programas televisivos, se dá chapeladas eleitorais e põe os mortos a votar, etc. Ou seja, resta saber se a Madeira é uma espécie de Cuba, se Jardim um sósia de Fidel e, já agora, porquê. Porque, a não ser assim, a hipótese alternativa é desagradável para os nossos políticos e é capaz de os diminuir: Jardim é um político populista, como todos os que conseguem sê-lo, com obra feita e competência governativa reconhecida pelos seus concidadãos, o que já é menos comum. Seria, assim, mais útil que os nossos políticos se interrogassem porque perdem eleições com tanta frequência, em vez de quererem saber porque motivo Jardim as ganha.

2 comentários:

Unknown disse...

Excelentíssimo senhor,

Criei um blogue de opinião que agora estou a divulgar.
Se tiver interesse, não deixe de fazer uma visita:

http://www.cegueiralusa.blogspot.com/

Caso goste, por favor divulgue, pois pretende ser mais um espaço de discussão em busca de uma cidadania mais activa.
O meu muito obrigado.

Com os melhores cumprimentos,
José Carreira

Anónimo disse...

Interessante, caro rui a.

A Madeira é um caso de sucesso invulgar. Penso que exemplifica as vantagens associadas à autonomia política que devia ser alargada às restantes regiões do país.

Além disso, ao contrário do que se diz, a popularidade de Jardim não está associada ao facto do governo regional constituir o maior empregador da região. Por uma simples razão: é que quem o afirma está materialmente errado como se observa em http://www.qren.pt/item3.php?lang=0&id_channel=34&id_page=203 (ver PO Regional Madeira, pág 8).

Um abraço,
Ricardo Arroja